"Existe aí algum remedinho para não-sentir? Existe alguma terapia, acupuntura, pedras, cores e aromas para me calar a alma e deixar mudo o pensamento? Quer saber? Existe. Existe e eu preciso. Preciso e não quero."




sábado, 16 de abril de 2011

Pense, repense, tripense...

Eu estava acostumada a jogar tudo pro ar, sem depois sentir falta de nada que pudesse ter se perdido ao vento. Não tinha nenhum sentimento me prendendo a essa vida insana. Não tinha algo que realmente me deixasse preocupada, com o qual eu realmente me importasse. Eu não tinha nada que eu tivesse medo de perder. Não tinha planos. Não tinha um "amanhã". Tinha o "hoje", que eu vivia com muita displicência. Não tinha medo de cara feia, nem de atitudes mal pensadas. Acho que absolutamente "tudo" me fazia bem. Eu tinha, digamos, uma imunidade a problemas. Tudo que eu decidia era a escolha certa, os erros pareciam não ser fatais. Por isso, não havia tempo nem motivo para corrigí-los.
Agora é diferente. Mudanças assim mexem com o meu emocional. E meu controle emotivo é péssimo. Já não posso jogar tudo ao vento. Ele levaria as coisas mais importantes da minha vida. Que hoje eu tenho medo de perder. Agora eu preciso olhar pra trás, e ter certeza de que eu deixei boas marcas. Coisas que antes eram insignificantes, agora me são essenciais. Hoje eu me vejo dependente dos detalhes que eu tanto ignorei durante a minha vida de coisas ao vento. E eu nunca soube jogar mesmo... Não me vejo no direito de agir pensando só em mim. Eu precisava aprender o valor das coisas, porque mesmo estando subentendido, tudo tem seu preço.

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