domingo, 13 de junho de 2010
"Sua espera termina aqui”...
Ela Andava acostumada a estar só, mesmo quando acompanhada de alguém-sem-presença. Então, olhou para o céu negro e quase não acreditou no que viu: uma constelação inteira lhe trazia um recado. E como pisca-piscas de natal, estrelas que formavam palavras encantadas contavam a boa-nova: "Sua espera termina aqui”. E teve a estranha sensação de ter 300 e 50 e 10 borboletinhas arteiras fazendo cócegas em seu estômago. Naquele instante, quase que automático, seus olhos foram de encontro aos dele. E qual foi a surpresa que teve ao notar que estava sendo correspondida. Bem que tentou conter o riso meio tímido e curto, em vão. Sem que desse alguma palavra de ordem percebeu todas as janelas da alma se abrindo e uma brisa fresca e perfumada entrando em seu peito, levando embora toda poeira e mofo de uma amarga ilusão. E foi tomada por um sentimento novo ao perceber que nenhum outro foi capaz de fazer por ela o que aquele moço de olhos castanhos fez: libertá-la do medo de ser feliz. O que antes era cinza, frio e triste canção se transformou em uma página virada de um livro velho e empoeirado que ninguém lê. Afinal, histórias assim não comovem as pessoas. Olhos que antes eram opacos, sem expressão, são agora “dois fãs, um par”. E sorriem, porque descobriram que além de se encantar com olhares, podem sorrir.
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